Férias se diz “Oruguai”: dicas para quem pretende visitar Montevidéu

A minha amiga e jornalista Marina Veshagem escreveu um texto delicioso para o blog contando um pouco da experiência dela em uma viagem feita para Montevidéu. A cidade tem muitas opções de diversão. Acompanhe o relato:

Cerveja e comidinhas em Montevidéu

Cerveja e comidinhas em Montevidéu

Era o que gritavam as crianças dominando a parte traseira do voo que chegava à Montevidéu: “Oruguai, Oruguai”. O grupo acertou o coro após ser corrigido pela mãe de um deles, mas a empolgação de chegar à capital do Uruguai continuou a mesma. Era 16 de fevereiro, dia quente de 32 graus, e eu e meu namorado tínhamos pela frente sete dias no país que apareceu na TV durante os últimos meses, na propaganda que dizia: “férias se diz Uruguai”. Lembramos-nos diversas vezes dessa frase nos dias seguintes.

A ideia desse relato da viagem é compartilhar um pouco da nossa experiência com dicas para quem deseja conhecer Montevidéu. Lembrando de que este não é um guia, mas parte das nossas escolhas, baseadas em nossas preferências.

Por indicação de uma amiga uruguaia, ficamos hospedados no centro histórico da cidade, no bairro chamado Ciudad Vieja. O Hotel Spléndido ficava em frente ao clássico Teatro Solis, que podia ser visto da nossa sacada. Assim como o teatro e a maior parte das construções na região, o prédio do hotel também era antigo, o que tornava o quarto simples, mas não por isso mais barato.

Há diversas opções de hospedagem por lá (até construções novas), no entanto, para nós, o que valeu a pena nessa escolha foi o atendimento, a segurança e a localização. Quanto ao café da manhã, não espere banquetes como os dos bons hotéis brasileiros, lá o hábito é outro e inclui, no máximo: um tipo de pão, manteiga, doce, um bolo, algumas frutas, café e chá.

Mercado em Montevidéu

Mercado em Montevidéu

Com o tempo, descobrimos que estávamos próximos da maior parte das atrações que curtimos em Montevidéu. No mercado público pudemos comer uma boa parrillada (carnes selecionadas preparadas numa espécie de churrasqueira à lenha, a parrilla, que podem acompanhar legumes, como pimentões e batatas), com direito a ouvir senhores tocando música típica numa roda que se formou espontaneamente ao nosso lado. Por qualquer caminho que fizéssemos ao sair do hotel, passávamos por praças exuberantes, como a Plaza Independencia, a Plaza Zabala e a Plaza Constitución (Matriz). Os barzinhos mais variados estavam ali, desde pubs irlandeses com cervejas típicas como a Patrícia, a Norteña ou a Zillertal, até boates para dançar, creperias, restaurantes, e outros.

Cultura

Em 2013, Montevidéu é a Capital Iberoamericana da Cultura. Há banners indicando os locais de cultura por toda a cidade e muitos também estavam próximos da região onde nos hospedamos. A 1ª Bienal de Montevidéu, por exemplo, tinha quatro locais de visitação, e a entrada era sempre gratuita. A mostra era voltada para a produção artística visual na América Latina e trazia diversos tipos de obras, até mesmo vídeos. A Bienal de Montevidéu ainda não pode ser comparada à de São Paulo, por exemplo, em tamanho e diversidade, mas é interessante até mesmo pelos espaços que abrigam a mostra, como o antigo Banco Central e a Igreja, espaços antiquíssimos e de decoração grandiosa.

Entretenimento

O Teatro Solis, de 1856, precisa ser conhecido. Ele possui um serviço de visitas guiadas, mas nós preferimos conhecê-lo frequentando.  Fomos a duas peças, umas delas na sala principal, com camarotes e lustres imperiais, lindíssimos. Mas além dos lugares mais óbvios, preciosidades podem ser encontradas caminhando pela cidade, como lojinhas com cafés e artesanatos locais (como o La Passionaria), parques (como o Rodo) e pequenas livrarias (como a La Lupa, com pequenos achados). Os preços são muito parecidos com os do Brasil (para converter para real basta tirar um “zero”, por exemplo, 170 pesos são 17 reais) e, em geral, as pessoas são extremamente gentis e amáveis.

Marina em frente ao teatro Solís em Montevidéu

Marina em frente ao teatro Solís em Montevidéu

Montevidéu é uma cidade de praia (mas não se engane, não tem mar, é banhada pelo Rio da Prata) e possui uma longa “rambla”, que é a rua à beira da praia, balneável em toda sua extensão. A praia de Pocitos, bairro a 10 minutos de ônibus do centro histórico, é uma das mais bonitas e, no caminho, você transita pelas ruas que são cobertas por árvores enormes, os plátanos, típicos da região. Para a locomoção, os ônibus são uma boa opção, custam em média 20 pesos e passam a todo momento. Mas há também a possibilidade de alugar bicicletas por cerca de 320 pesos por dia.

Ladeiras de Montevidéu

Ladeiras de Montevidéu

Alimentação

Se você é um amante da boa carne, vai adorar comer em qualquer restaurante de Montevidéu. Já se você sente necessidade de comer vegetais nas refeições, vai precisar de sorte para encontrá-los (principalmente os bons). Caso você não coma carne, sugerimos olhar o cardápio antes de sentar-se num restaurante (alguns não possuem opções de pratos sem carne) ou preparar em casa (ou cozinha do hotel).

Na dúvida de qual restaurante escolher, o La Passiva é sempre uma boa ideia, pois nas experiências que tivemos, a comida era sempre boa e os preços, amigáveis. Além da vantagem de que ele pode ser encontrado quase a cada esquina, dando a impressão de que vai dominar a cidade antes do McDonald’s.

montevidéu foto praça

 

montevidéu

 

 

Tim Maia em Montevidéu

Tim Maia em Montevidéu

 

montevideú centro